Estas mãos são simbologias que difundem as vivacidades possíveis no interior das Umbandas. Descobriremos essa extremidade do corpo como instrumento de acolhimento aos indivíduos, mãos como extensão do olhar. Dilatando ecossistemas e saberes, as mãos entregam histórias que se inscrevem na memória coletiva e no movimento contínuo de proteger, acolher e criar. As mãos guiam, como mapas vivos, preparando caminhos por vezes irreconhecíveis; seguram firme o que no outro está fraco; oferecem a gratidão.
Elas apontam setas para o estômago-coração, alcançam pés cansados, preparam alimentos, colhem ervas, oferecem o sopro sagrado do fumo, compartilham a água que abençoa. Mais do que gestos, essas mãos são ferramentas de avanço, instrumentos de resistência e de reconstrução do tecido social nas Umbandas. Em cada linha traçada, uma aproximação; em cada toque, um universo político que emana cuidado e transformação.
"Não interferir no rito que acontece
ficar invisível, estar no canto."